domingo, 11 de setembro de 2005

PSOL: depois da legalização, rumo ao 1º Congresso

Revolutas 17 – Setembro de 2005

Finalmente saiu o registro definitivo do PSOL, que terá o número 50. Uma vitória importante da militância que se lançou às ruas coletando assinaturas de apoio à formação do mais novo partido de esquerda do Brasil. Isso significa que em 2006 o partido poderá disputar as eleições gerais com programa e candidatos próprios.

Apesar de ter pouco mais de um ano de existência, o PSOL já firmou sua presença no cenário político, consolidando-se como uma nova alternativa política de esquerda. Na crise do governo Lula e do PT, os parlamentares do PSOL ocuparam espaço importante na grande mídia. E o partido também cumpriu papel importante na organização da manifestação do dia 17 de agosto em Brasília.

Nos próximos dias receberemos adesões importantes: companheiras e companheiros da esquerda cutista e de outros movimentos sociais estarão ingressando no partido, ao lado de parlamentares da esquerda petista em processo de ruptura com o PT. Com isso, haverá um aumento significativo do peso social, político e eleitoral do PSOL, confirmando a vocação de “abrigo” da esquerda socialista, como costuma afirmar a senadora Heloisa Helena.

Mas essas importantes conquistas ampliam a responsabilidade do PSOL diante da atual situação do país e diante da crise da esquerda e dos movimentos sociais. Uma responsabilidade histórica que só pode ser cumprida à medida que o partido for capaz de avançar no seu projeto político e partidário, assumindo um claro perfil anticapitalista, classista e socialista, enraizado nas lutas sociais. Terá que ser mais que um abrigo para a esquerda.

Sabemos que esse projeto não será construído de uma vez.

Exigirá um processo contínuo de debates, e principalmente exigirá a construção de uma unidade política que preserve o seu caráter plural e democrático. Mas esse processo é necessário, e precisa ser iniciado. Esse processo passa necessariamente pela construção e fortalecimento de instâncias e mecanismos partidários que desloquem o centro de gravidade do partido para as bases.

Portanto, é urgente a convocação do 1º Congresso. Não apenas para preparar o partido para os embates que enfrentará no próximo ano. Mas para iniciar o necessário debate programático e sobre questões relacionadas à democracia interna e a organização partidária.

Para construir organicidade e unidade política necessárias para estar à altura do papel que lhe cabe neste momento crítico da luta de classes no Brasil. Enfim, uma tarefa urgente para que possamos dar forma e conteúdo mais claros ao ‘novo’ que o PSOL pretende e deve expressar enquanto alternativa, tanto ao burocratismo e reformismo, quanto ao sectarismo e o va nguardismo estéril.


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