Depoimentos

Rui Kureda..com ele se vai a esperança de reencontrá-lo. Mas me fortalece, pelo exemplo, a reencontrar em mim a menina que lutou contra as misérias da existência. Para que seja digna e merecedora de estar sobrevivendo. Com luta, filosofia e arte. Rui Kureda, ...(achei que havia tempo...)
Ada Zanirato


Meus sentimentos à você e toda a família do grande companheiro Rui Kureda. Conhecemo-nos na luta e militamos juntos no FBOMS e na RBJA. Perdemos um grande cara, um companheiro pra todas as horas, um homem imprescindível, como já disse Brecht. Rui cumpriu sua missão com honra e galhardia, um motivo de orgulho para todos que com ele conviveram. Receba meu abraço!!
Álvaro De Angelis


Hoje tivemos uma grande perda para a luta ecossocialista e pela democracia. Rui Kureda, o nosso Rui Polly, nos deixa órfãos de resistência, competência e companheirismo. Entre 2006 e 2009, o Rui colaborou com as lutas contra as barragens aqui no Vale, fazendo coberturas pelo jornal Brasil de Fato ou contribuindo com informações técnicas para acumular com o Movimento dos Ameaçados por Barragens (MOAB), com o Movimento Ribeira Livre, bem como no mandato do Deputado Estadual Raul Marcelo (PSOL). Sempre uma figura simpática, qualificada e ativa, o conheci no I Congresso Nacional do PSOL no Rio de Janeiro em Junho de 2006 e o vi pela última vez no último Congresso Estadual do Partido, na quadra dos bancários em São Paulo, no começo de novembro de 2017. Segue abaixo sua produção para o Brasil de Fato, pautando as lutas do Vale do Ribeira: Rui Kureda, presente!
André Ribeiro


Conheci o Rui na primeira atividade do que viria a ser o PSOL algum tempo depois. Daí foi um passo p militar no Revolutas onde pude conviver mais tempo com ele. Fica a lembrança de um companheiro incansável, com uma capacidade de elaboração incrível e extremamente leal. A vida nos levou p caminhos diferentes mas ficou um profundo respeito por ele. A partida do Rui é uma grande perda p todos nós que sonhamos e lutamos por outro mundo, justo, livre e igualitário. Que fiquem as muitas lembranças boas desse grande companheiro. Rui "Polly" Kureda presente!
Arilton Soares


O terror da Reitoria da PUCCAMP: Lejeune Mirhan, Edgard Steffens Jr. e Rui Kureda, ligados à Viração. Eles, entre outros, organizaram uma greve geral contra o fechamento do curso de ciências sociais e um boicote monstro às mensalidade em 1979. Resultado: ganharam a eleição do DCE e, no ano seguinte, derrubaram o próprio reitor, Barreto Fonseca. — com Rui Kureda.
Augusto C. Buonicore


Convivi na cidade de São Paulo, na zona leste em vários momentos, desde os primórdios do Psol em 2003 e lembro que fizemos a campanha presidencial do PT de 2002 e a campanha a deputados do saudoso Nei Caetano e Eduardo Greenhalgh... Rui era um intelectual que subia no poste para colocar placas e cartazes com a gente....exemplo de simplicidade e comprometimento com a classe trabalhadora, nos últimos tempos não o via com a frequência de antes mas sempre mantive o carinho e o respeito militante, Rui foi um socialista do início ao fim, sempre generoso e desprendido, poderia ter alcançado espaços na burocracia e conforto material, mas fez a dura opção militante que o levou a abrir mão de conforto e estrutura material ...!
Carlos Novaes Luz


Um dos mais queridos amigos que já tive, lembro das horas em que debatíamos sobre tudo, lá em Campinas, no início dos anos 1980. A última vez que estivemos juntos foi no congresso estadual do PSOL, e. Novembro passado. Fique em paz, inquieto e instigante amigo!
Celio Turino




Eu nada sabia...



Eu nada sabia sobre coletivos, causas, manifestações ou palavra de ordem. Muitas coisas ainda não sei. Nascida em Guarulhos no final dos anos 70 e filha de imigrantes nordestinos, cresci e me criei em São Paulo. Meu pai é Paraibano de Patos e minha mãe baiana de Jequié, minha mãe empregada doméstica, meu pai vigilante hoje aposentado. Ambos nunca me falaram nada sobre a ditadura, diretas já, seja lá o que for. Creio que me recordo do noticiário sobre as diretas já, mas só mais tarde na escola fui adquirir sabedoria para entender a importância de tal fato da esfera política da vida do brasileiro.


Tive conhecimento acerca da história e da política nacional pelo intermédio de professores do ensino médio, universitário e mais tarde com o convívio por dez anos com Rui Kureda. Creio que a centelha revolucionária sempre existiu dentro de mim e se manifestava em forma de revolta. No entanto, não fazia parte do meu dia a dia o ato de revolucionar, como Trotsky e sua revolução permanente propõe, ideias as quais Rui seguia, citava e estudava cotidianamente.

Depois de mais de um ano que Rui se foi, recordo-me do livro que ele sempre tinha em mãos ou na mochila, “O voo da coruja” de José Luí Fiori. Um livro um tanto complicado para quem é leigo no que se refere à economia nacional entre outras questões, como neoliberalismo e conservadorismo. Ele dizia que esse livro era genial. Permitia-lhe fazer análises da situação da realidade brasileira a partir da história desde a década de 80. Eu nada sei de economia e, infelizmente, não encontrei esta obra em meio aos 7 mil livros que Rui deixou, mas sei que esse livro menciona o lado conservador do Estado brasileiro. E creio, que este conservadorismo que desde a década de 80 permeia nossa sociedade fortaleceu-se com a ideia deste novo governo brasileiro.

Eu nada sabia sobre comportamentos fascistas, não vou dizer que foi o Rui que me introduziu esse saber, pois o aprofundamento acerca da questão só me veio à tona durante as últimas eleições presidenciais vivenciadas por nós brasileiros. Agora sei que temo por amigos de esquerda, idosos, deficientes físicos, LGBTQi, negros, mulheres, quilombolas, indígenas e favelados. Também sei que houve carreata e buzinaço em comemoração em São Paulo devido a incêndios em favelas ou comunidades, como queiram chamar. A festa fascista exibe sua cara.

Tal comemoração bizarra também pode ser percebida quando muitos soltavam fogos com a morte do neto do ex-presidente Lula, uma criança de 7 anos. Questiono-me se essas pessoas são humanas? Pois não me parecem animais racionais tampouco podem ser comparados aos irracionais. São seres bestiais que se escondem por detrás de suas famílias, suas crenças e faz do uso “porco” da política para sujeitar outrem e talvez as políticas conservadoras estejam transformando as pessoas em seres bestiais.

Em esfera nacional já há uma cisma com a palavra fascismo. Sei que não é a totalidade da população brasileira que nada nesse lamaçal ideológico sabendo do mal que está a causar ao outro. No entanto, suas atitudes cruzam o vale da barbárie e plana voos largos e rasantes sobre a bestialidade de um ideal de superioridade somada ao liberalismo e à retirada de direito das populações mais pobres da nação. Embora eu nada sabia e nada sei, tenho absolutamente certeza que este não é o caminho para uma sociedade justa e feliz como a que Rui propunha com a teoria da revolução permanente de Trotsky, mas deixa claro que muitas corujas precisarão sobrevoar os ares nacionais e travar discussões sérias acerca do modelo imposto pelo governo brasileiro aos seus compatriotas e cidadãos.
Daniela Ferreira dos Santos


Faleceu o hoje o companheiro Rui Kureda, fundador do PSOL, do coletivo Revolutas, e membro do da IST (International Socialist Tendency). Camarada Rui, Presente!
Démerson Dias


Muito triste com esta notícia. Estava no interior e sem internet e tel. Falei com ele recente e agora seu pai partiu. Trabalhamos juntos na CUT. Aprendi muito com ele. Sentirei saudades. Que Deus possa te confortar.
Dinalva


Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do meu amigo e companheiro Rui Kureda, também conhecido como Rui Polly. Militante socialista, atuou em diversas frentes e agrupamentos da esquerda brasileira e internacional. O conheci no primeiro ou segundo Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Rui conhecia de tudo, literatura, cinema, filosofia, economia. E tratava desses assuntos com os amigos e pessoas próximas sem nenhum traço de pedantismo, era algo natural. Assim era o japa. Da última vez que nos encontramos ele estava trabalhando como livreiro virtual, me levou uns livros de presente, comemos um PF em Pinheiros e ainda lembro da frase que me disse na hora de ir embora, depois do abraço, ao entrar no metrô: "não suma". Infelizmente em algum momento as pessoas somem, pelo menos fisicamente. Saudade!
Everton Behrmann


Tem coisas na vida que são engraçadas. Cheguei até ao Rui Kureda através do site do Revolutas lá pelo começo de 2005. Vários dos artigos de diferentes assuntos eram escritos pelo próprio. Suas idéias de socialismo de baixo pra cima, horizontalidade, a importância da luta ecossocialista e contra toda forma de opressão me cativou de tal forma que me fez querer se juntar a essa galera, e assim foi. Mas infelizmente estive com ele poucas vezes, talvez umas 3 ou 4 vezes, em todas as vezes quanndo ele veio ao Rio, mas mesmo assim suas idéias foram de lá pra cá fundamentais na minha leitura de mundo e na minha atuação militante e pessoal. De certa maneira, mudou minha vida, e se convivi com ele bem menos do que gostaria e foi possível, seu referencial teórico e político segue e vai continuar seguindo dentro de mim. Ruy, presente!
Fabio Delgado


Acabo de ser informado do falecimento de Rui Kureda , também conhecido com Rui Polly, um dos fundadores do PSOL grande militante, estudioso e dedicado às lutas populares, um amigo que tive a felicidade de encontrar nos caminhos da luta de classes. Tive a alegria de reencontrá-lo mais recentemente, quando fui compor uma mesa com Nildo Ouriques, Zé Maria e outros para debater conjuntura no final do ano passado, durante o congresso da Fenasps. Me lembro da alegria de ter reencontrado ele feliz e atuante. E de termos trocados boas ideias, antes e depois da mesa de conjuntura sobre a realidade brasileira. Seu exemplo permanece! #RUIKUREDAPRESENTE!
Gilson Amaro


Hoje é um daqueles dias, que pensamos o quanto erramos nesses últimos tempos, se foi um camarada que teve uma capacidade como poucos de ler a realidade, com a capacidade enorme de caminhar sem tergiversar sobre que mundo queria contribuir na construção. Sabia que os tempos difíceis que passamos em muito se deu pelos descaminhos da esquerda, mas apostava como ninguém na nossa (da classe trabalhadora) capacidade de passar por esse difícil período da história, como vencedores , porque o nosso projeto, o projeto que perseguimos para a imensa maioria é o mais justo, cheio de solidariedade e muito, mas muito amoroso!

Infelizmente, nesse mundo não tem cabido os inveterados sonhadores e perseguidores desse sonho, já que o pensamento de direita, o pensamento liberal, pós-moderno tomou conta das ações e pensamentos da direita, o que não é de se estranhar , mas, também, tomou conta de considerável parte da esquerda, que sem autocritica, tem caminhado para o que pode ser mais um abismo para a classe trabalhadora. Logo, figuras como o Rui Kureda não cabem nessa lógica estabelecida. Logo o expurgo silencioso (prática corrente em agrupamentos de esquerda), não poderia e nem foi solidário (salvo pequeno e fiel grupo de companheiros e companheiras) com os últimos e difíceis anos do nosso valioso camarada.

Espero honestamente que as correções de rumo sejam feitas e vinguemos a memória de luta dos nossos mortos, que é a nossa memória e fiquemos atentos as nossas práticas e caminhos que queremos seguir!

Rui Kureda! Presente! Agora e sempre!
Rui Kureda ! Presente ! Agora e sempre!
Givanildo Manoel da Silva

Foi-se ontem um grande amigo, companheiro e mestre: Rui Kureda. Ele adotava o pseudônimo de Rui Polly na autoria de alguns textos, também o chamávamos de Japa. Diferentemente das ligações praticamente diárias há mais ou menos dez anos atrás, não nos falávamos há algum tempo. Por coincidência, pretendia visitá-lo ontem mesmo no hospital onde estava internado, mas não houve tempo para me despedir.

Não me recordo exatamente o que discutíamos na reunião que nos conhecemos. Lembro apenas que era outubro de 2005, eu então prestes a completar 17 anos e estávamos no contexto do referendo sobre o Estatuto do Desarmamento proposto pelo governo Lula. Rui teve uma trajetória política rara: iniciou sua militância no PCdoB pelo movimento estudantil nos anos 70, participou ativamente do PT nos anos 80 junto ao Partido Revolucionário Comunista com Chico Mendes, José Genoino, Marina Silva, Adelmo Genro, Tarso Genro e outros e foi um dos fundadores do PSOL com o coletivo Revolutas.

Desde o fim dos anos 80, era um fiel seguidor das ideias e posições políticas da corrente internacional fundada por Tony Cliff, judeu palestino (nascido pré-Israel) e absoluto desconhecido para a grande maioria da esquerda brasileira. Cliff reivindicava uma tradição dissidente, heterodoxa e crítica de marxismo, considerava a União Soviética e regimes "socialistas" do Leste Europeu como capitalismos burocráticos de Estado e defendia a centralidade da auto-organização e da busca pela autoemancipação dos trabalhadores contra o dirigismo e o vanguardismo típicos do leninismo vulgar.

Rui foi um ecossocialista convicto, sem dar muito valor ao rótulo, o que lhe garantiu um trabalho de assessoria na Comissão Nacional de Meio Ambiente da CUT e a posição de integrante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental. Tinha também uma capacidade de análise e percepção e clareza assustadoras, no bom sentido. Uma generosidade, honestidade intelectual e gentileza tremendas no trato com as pessoas. E uma certa teimosia que também cultivo, fértil para divergências (respeitosas, na maioria das vezes), e que fez com que vivesse os últimos anos de vida em uma situação financeira terrível.

Muitas pessoas agradecem à formação teórica e política proporcionada pelo contato com Rui. Comigo não foi muito diferente, indicava inúmeros livros e textos - a maioria dos quais não iniciei ou não concluí a leitura - e ainda se dedicava a comentá-los em seus menores detalhes. Assistir e comentar com ele e outros compas "A Batalha do Chile", um documentário político de Patricio Guzmán sobre a experiência de poder popular no Chile durante o governo Allende e o golpe e a ditadura brutais que se seguiram, e debater um texto de Antonio Gramsci sobre consciência foram duas das experiências formativas que mais me marcaram. Mas bem mais que formação intelectual e política, o convívio e o aprendizado com Rui me impactaram profundamente em termos de senso crítico ou, sei lá, "formação humana", se é que humanos terminam de se formar em alguma fase da vida.

Muito além da aguçada curiosidade intelectual e política, Rui adorava conversar sobre música, cinema, filosofia e literatura. Nutria uma profunda admiração pela Patti Smith e sua obra. Desconfio que essa canção preparava-o para enfrentar o dia-a-dia."



Henrique Sanchez



Tive o prazer e a felicidade de Militar com o companheiro Rui no Sinpeem, presente, vamos continuar sua luta!
Jose Carlos Carvalho Lima


O Rui foi um grande camarada. Sua perda é uma tristeza enorme . Abraço a toda família! Rui presente!
Luciana Genro


Uma pessoa muito importante em minha vida. Foi a primeira pessoa a me passar textos importantes sobre a questão política. Um exemplo de retidão e de luta por um mundo melhor. Meus sentimentos.
Marta Maia


Rui Kureda foi um grande homem, um grande amigo e uma pessoa incrível! Estou em luto mas seu ideal continua vivo em todos nós que acreditamos em suas ideias de um mundo mais harmonioso, justo e igualitário para todos. Meus sentimentos à família...
Monica Kimura


Camarada Rui Polly me apresentou grandes pessoas. Entre elas: Henrique Sanchez, Sean Purdy, Everton Behrmann, Gilson Moura, Sergio Domingues, entre outros. Rui Kureda que debatia química, música, cinema, socialismo, movimento social, greves, CUT, ecologia e mil outras coisas com a mesma sabedoria. Um cara que vai deixar saudades. Lutador de primeira linha! Rui você era foda meu irmão japa.
Monty Cantsin


Grande cara o Rui. Militamos em secundaristas no final dos anos 70 , início dos 80 em partidos diferentes mas próximos na linha do trotskysmo. O Rui sempre foi um cara muito legal, sensível e muito inteligente.
Patricia Soares Barbosa

















Caro Vladimir Eiji Kureda, quero que transmita a toda sua família meu sentido abraço pela morte de seu pai. O Rui foi um homem extraordinário que enriqueceu a vida de todos que o conheceram. Foi um imprescindível. Sentiremos muito a falta dele. Quero que saibam que meu pai, o velho Plinio, tinha especial admiração e respeito pelo Rui. Foi o Rui que introduziu o tema ambiental na luta pelo socialismo no pensamento de meu pai. Como todo imprescindível, o Rui continuará conosco com um exemplo de homem generoso, integro e corajoso que dedicou sua vida à emancipação dos trabalhadores. Não estarei no enterro porque tenho uma reunião em São Caetano no mesmo horário, mas dedicarei nosso reunião à memória de nosso querido Rui Kureda. Forte abraço,
Plinio Sampaio Jr.


Sua luta não vai parar camarada Rui. Por isso sempre presente.
Reinaldo Assis Pantaleão


Meus sentimentos Vladimir, acho que não é por acaso que vc tem esse nome, conheci seu pai no movimento estudantil, fomos companheiros na luta contra a ditadura militar, era um revolucionário, intelectual de esquerda, como disse outro amigo em comum Giba, fica a Saudade...
Reinaldo de Freitas



Luto: Rui e Célia, presentes ontem, hoje e sempre! 

As lutas anticapitalistas perderam dois grandes ativistas nesse início de 2018. No último dia 26 de janeiro, perdemos o companheiro Rui Kureda, também conhecido por Rui Polly. No dia seguinte, foi a vez da partida da companheira Célia Zanetti, ativista do grupo Crítica Radical de Fortaleza.

Nascido em 23/03/1958, Rui foi um dos 101 fundadores do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), tendo integrado sua primeira Direção Nacional. Iniciou sua militância ainda sob a ditadura militar, no final dos anos 1970, no movimento estudantil. Após breve experiência no PCdoB, rompe com o stalinismo e participa da construção do Partido Revolucionário Comunista (PCR), tendo sido um de seus dirigentes e responsável pelo acompanhamento do trabalho da organização no estado do Acre, onde militou ao lado de Chico Mendes, também militante do PRC.

Internacionalista, após a dissolução dessa organização, Rui manteve militância no Japão e na Inglaterra, onde ligou-se à Tendência Socialismo Internacional, cuja principal organização é o inglês Socialist Workers Party (SWP). Essa importante corrente internacional é um dos ramos do grande troco que é a Quarta Internacional, fundada por Leon Trotsky. No início dos anos 1990, Rui impulsionou um pequeno núcleo denominado Rebento, que participou do processo de reorganização da esquerda que terminou por constituir o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), mas optou por não se integrar a esse partido.

Depois de um novo período fora do país, Rui retornou logo após o início do primeiro mandato presidencial de Lula, se integrando aos esforços que culminaram na fundação do PSOL. Nos primeiros anos do partido, Rui esteve à frente do coletivo Revolutas, de cuja revista era o editor, protagonizando importantes debates que lhe deram projeção nacional na esquerda revolucionária brasileira. Infelizmente, já há alguns anos, teve sua militância cotidiana comprometida por sérios problemas pessoais e, por último, de saúde, vindo a falecer.

Em quatro décadas de atuação, Rui Kureda foi bancário, operário, assessor sindical, articulista do jornal Brasil de Fato, marxista e ecossocialista. Nossos profundos sentimentos à sua companheira Dani e filhos, Vladimir Eiji e Kione.

Célia iniciou a militância contra a ditadura militar no final dos anos 1960, tendo integrado os quadros da Ação Popular (AP) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Oriunda de São Paulo, radicou-se com seu companheiro Jorge Paiva em Fortaleza em meados dos anos 1970, tendo tido um papel determinante na organização das lutas feministas e na rearticulação dos movimentos populares e sindicais no Ceará. Assim como Rui Kureda, após romper com o PCdoB, também se somou à construção do PRC, saindo desta organização para fundar o Partido da Revolução Operária (PRO) às vésperas da posse de Maria Luiza Fontenelle como prefeita de Fortaleza, tendo sido uma das principais articuladoras da vitoriosa campanha eleitoral.

Apesar de ser uma organização de expressão apenas regional, o PRO teve importante papel nas lutas de classes da cidade até meados da década de 1990, quando iniciou uma revisão teórica e política que levou Célia e seu grupo para posições anticapitalistas próprias, afastadas do que chamam de marxismo do movimento operário. Conhecida por sua bravura, Célia foi um exemplo de dedicação e compromisso, deixando um legado reconhecido por todos os que seguem na luta contra o capitalismo, independente de orientação ou organização política.

Expressamos nossos sentimentos e solidariedade à dor de seu companheiro Jorge Paiva, com o qual dividiu ideias e causas por cinquenta anos, de sua filha Juliana e de todos os que integram o grupo Crítica Radical.

Mandato do Deputado Estadual Renato Roseno (PSOL-CE)
 

Não esqueceremos Rui e Célia! Presentes ontem, hoje e sempre!
Meus sentimentos. Lamento muito. Militei com Rui muito tempo quando vivi em São Paulo. Não lembro de quantas dezenas de reuniões participamos juntos. Rui tinha alguns dons que faltam mesmo a muitos militantes de esquerda socialista, que era a paciência, a delicadeza no trato e o respeito por todos, ao lado da firmeza de princípios, coisas tão essenciais a um socialista genuíno. Uma grande perda. Descanse em paz.
Roberio Paulino


Há tanto para falar sobre o Rui, que é melhor nem começar. Grande amigo, camarada, teórico que jamais abandonou a prática militante, mas nunca se deixou cegar por ela. Dava um trabalho danado a seus amigos mantê-lo longe dos problemas mais básicos de sobrevivência, que sacrificava em nome da luta socialista e libertária. Mas valia todo o trabalho do mundo tê-lo por perto. Rui Kureda, presente!
Sérgio Domingues


Já há vários anos não nos encontrávamos. Os caminhos das nossas participações na luta, que nos aproximaram, também nos distanciaram. Não houve qualquer razão especial para isso. Assim, lembro do Rui Kureda como um antigo camarada, muito próximo política e ideologicamente, e como um bom amigo. Aos familiares e amigos mais próximos envio meu forte abraço e desejo-lhes força, para enfrentar este momento triste!
William Jorge Gerab

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